Arquivo para fevereiro 2013




Libertação

O Caminho da Libertação é longo e estranho.

Um caminho que vai te levar ao infinito, à todas as possibilidades do viver. E quando puderes desconstruir os teus medos, todas essas possibilidades serão de alegria e prazer.

Basta um primeiro passo nessa trilha, que ela se ampliará 5 vezes. Basta estar atento ao caminho. Basta nunca deixar de buscar.

Tendo iniciado minha trilha à alguns anos, e nesta madrugada insone completo mais uma etapa do caminho. Sendo sempre uma buscadora, a cada nova lição, uma oportunidade na vida de aplicá-la. Sempre foi assim. Mas, sou também um ser acostumado às lamentações. Hábito adquirido na vida, convivência com pais, cristãos e afins, que adoram gabar-se de sua cruz. Sem culpabilizá-los nem responsabilizá-los. Foram o que podiam ser. Expressaram o que puderam expressar. Mas, enganados pelo engodo do paraíso além, cultuavam a tristeza, a pobreza e o desmerecimento. Creio que seja destas coisas a maior expressão da libertação. Libertar-se da cruz, da tristeza, da culpabilidade e do medo. Da certeza do premio posteriori.

Existe uma eternidade? Sim, existe. A felicidade está nela, além de nossa experiência humana? Não. A felicidade está aqui, agora, neste instante único que é onde estou sendo. O meu, o nosso, merecimento está aqui. Como filhos e centelhas do criador, temos a mesma luz e a mesma capacidade de construir felicidade. Agora.

A grande libertação é esta.

Hoje, nesta madrugada, me liberto mais uma vez. Mais uma fase vencida, como em um jogo de videogame. Olho para essa mania de lamentar-me e digo um grande e sonoro: Basta!

Basta também à ideia de que tenho que salvar o mundo. Basta à crença que mereço castigo pelos erros cometidos. Como criança e aprendiz, o erro é válido para o crescimento, e não deve ser considerado uma dívida eterna. O Karma é apenas Karma, e a culpa e castigo a ele associados são ideias ocidentais que algumas religiões incorporam para melhor controle.

Como criança erro, e como criança aprendo. Como criança, meus verdadeiros pais, criadores do universo, me permitem brincar de viver. Não mais me culpar. Não mais me redimir de forma degradante, assumindo a responsabilidade dos meus e dos erros alheios.

Basta a esta postura de boa moça, enfermeira, que sofre para diminuir o sofrimento alheio. Posso auxiliar neste processo de retomada da alegria do outro, mas somente contribuindo para a sua libertação. Basta de encaminhar a sombra alheia. Este fantasma é seu, meu querido. Esta sombra é tua e você é quem tem que lidar com ela.

Liberto-me de sua sombra. E faço isso iluminando a minha. Olhando-a de frente e encarando meu lado sombrio. E expulso tudo o que não é meu. Saiam do meu espaço. Retirem-se com seus traumas e seus problemas. Busquem a sua libertação e, parodiando Neruda, deixem de em mim se buscar como se a mim houvessem perdido. Busquem-se em si mesmos. A resposta está, como semente, aguardando o momento de nascer, o momento de seu próprio renascimento em flor, dentro de cada um de vocês.

Deixem-me respirar, porque vossa culpa e vosso medo se refletem nos meus. E à partir deste instante, mais uma libertação!

1 comentário fevereiro 18, 2013

“Realmente as coisas não foram o que você imagina.”

 

“Realmente as coisas não foram o que você imagina.”

Ao voltar pra casa e abrir meu notebook, vejo esta frase, escrita por você, em uma mensagem deixada no chat enquanto eu não estava. Tenho o mau hábito de deixar messengers abertos. Procuro observar quais são meus sentimentos ao me deparar com ela. Em um primeiro momento, alegria, você está vivo! E isto é bom. Porque minha imaginação é fértil, e confesso que ela até passou pelos caminhos da foice da Dama Negra rodando seus dias.

A seguir percebo que não sinto tanta coisa além de ficar um pouco alegre. Além destas palavras, você deixou mais uma série delas como: ainda gosto de você, mas você não quer me responder, então eu entendo, e outras palavras de quem está querendo atenção imediata.

Mas nada me incomoda. Não há muita coisa. Recordo daquela música muito antiga, que dizia “já não precisas mais voltar, pois na tua volta quase nada vais achar.”

Ao menos nada que me ligue a você. Mais uma pessoa e relação a ser compreendida. Mais uma tentativa de entender os seres que andam nesta multidão. Deste que se destacou por seu cabelo diferente e por seu sorriso infantil de quem está fazendo uma travessura.

Além da pequena alegria, nada. Não há necessidade de desculpas, não há tristeza, nem raiva. Esta entidade eu incorporei em minha história e absorvi o que era necessário absorver. A lição de sou capaz de ir adiante e de que não existem compromissos verdadeiros com algumas pessoas. Melhor, que não há a necessidade de se comprometer com as pessoas que mal conhecemos, porque não há salvação nesta atitude, a de querer cuidar de tudo e de todos. Muitas vezes o outro não quer que cuidemos. O outro não quer que nos comprometamos. O outro não quer. E há também a inconfessável possibilidade de que eu também não queira. Não queira cuidar, não queira se compromissar, não queira.

A grande observação é que não tenho que fazer. Não tenho que cuidar. Não tenho que ser responsável pela evolução do outro. Apenas de mim. Se eu der conta de mim mesma, de meu crescimento e de minha paz, já terei de certa maneira, contribuído pelo outro.

Add a comment fevereiro 17, 2013

Considerações

Estou aqui, exteriorizando o mal que em mim havia se instalado. Parar, olhar de frente o que me aflige, encarar a mim mesma de forma inteira tem sido libertador. E através deste resfriado, liberto os meus pulmões. Nada como uns dias de yoga e um pouco de auto massagem para que a energia volte a circular e aquela perversa saia por algum canal. Pulmões usando o mais alto para serem purificados.

Feliz por isso!
Fiz uma opção: a de deixar de lado algumas formas de comunicação. Ferramentas da modernidade, como sites de relacionamento, tem dão a falsa impressão de que você tem amigos e que eles estão presentes. Não que eu não tenha uma lista imensa de amigos virtuais. Mas eles são virtuais!
Me recordo dos primórdios da internet de um site internacional nos moldes do orkut, onde eu falava com pessoas de todo o mundo. Lembro- me de ter recebido uma oração decorada com anjos brilhantes, lindos na estética dos anos noventa, cujo tema, escrita em inglês, era a benção de conhecer pessoas virtuais de todo o mundo. Era uma ponderação interessante sobre o coração que pulsava atrás de um outro computador. Achei linda essa oração, e me sentia amada quando recebia uma foto de Bali, de um amigo cujo nome eu nem sabia, apenas o seu nick name, balimoon.
Hoje as coisas evoluíram um pouco. Os chats sofisticaram – se. Os equipamentos e programas online permitem uma comunicação mais rápida e podemos ver com quem estamos falando, o que permite uma maior aproximação do “amigo” em questão e uma identificação de que o nosso interlocutor é de fato um ser humano.  Mas nem sempre há garantia ou certeza de que aquele ser a nossa frente é de fato que demonstra ser.
Recebi tantos elogios em um desses site no qual postei algumas fotos, e estes foram o desencadeador de conversas. De muitas e muitas pessoas fui confidente. Ouvi loucuras, coisas que não me assuntam porque sou enfermeira que trabalhou em Saúde Pública por muitos anos e em regiões de pobreza e violência. E porque temas como a sexualidade e suas distorções nunca assustariam quem já viu tanta gente em sofrimento e morte.
Mas, em ritmo de retomada de meu caminho, prefiro me desligar dessas realidades. Não como uma negação de um mundo de fantasias e ilusões, não por querer ignorar um universo existente. Mas pelo simples fato de construo o mundo que vivo e a minha realidade. E eu prefiro sonhar com as plantas e esperar pelos bons frutos no quintal. Sonhar com as boas possibilidades humanas.

Add a comment fevereiro 12, 2013

Que sonho é este?

Eu estava em uma espécie de festa com crianças, parecia uma pousada. E um moço veio conversar comigo. Estávamos deitados em uma espécie de tatame elevado do chão. Ele era branquinho, bem alto e deveria ter uns 35 anos. Contou-me que era médico, e estava acompanhado de duas crianças loiras. Disse-me que eram suas filhos e que ele tinha mais dois que estavam andando pela festa. Começou a falar da experiência de criar os filhos e quando eu ia lhe perguntar algo sem importância ele me respondeu que era viúvo. Eu nem havia perguntado nada a respeito. Senti que ele queria se justificar pra mim e me contar que não era casado.

Eu estava bem feliz em sua companhia. Parece-me que conversamos por muito tempo e senti uma grande empatia por ele. Mas eu necessitava ir pra casa, e me dei conta que eu estava em outra cidade. Fui me despedir de minha mãe, dizendo que precisava voltar para São Paulo.

Em seguida fui até o quarto da pousada desse moço. Ele me atendeu e pela porta vi mais duas crianças, ambas mais baixas que de cabelos bem escuros. Ele me disse que haviam puxado à mãe falecida. Disse-lhe, meio sem jeito por me oferecer, que se ele precisasse de ajuda para cuidar e educar das crianças, que eu estaria à disposição.

IRL – Eu não tenho ideia do que seja! Não me lembro de nunca ter visto alguém parecido. Não sinto – o como uma energia próxima. Não creio ser uma vida antiga. Não consigo entender os símbolos deste sonho.

Minha mãe é falecida há muitos anos. Uma festa em uma pousada?. Quatro crianças? Eu me oferecendo para cuidar delas? São perguntas para elaborar melhor uma leitura.

O que me restou foi a boa sensação de empatia. O carinho que sentimos um pelo outro. Agora pensar um pouco, buscar respostas no Universo e com as amigas bruxas queridas (né, Aneci?) e esperar o que a vida e as experiências me reservam.

Add a comment fevereiro 11, 2013

Deixem-me chorar

Dizem, e eu acredito também, que para que algo novo entre em nossa vida, precisamos nos desfazer do que é velho em nós.

Em agosto do ano passado eu adoeci. Foi uma crise violenta de urticária com direito à adrenalina e tudo no hospital. Fiquei buscando razões clássicas para essa alteração. Uma tintura de cabelo estragada, excesso alimentar de hambúrgueres condimentados, leite e açúcares em demasia, a meia calça sintética….

Mas eu sabia que a razão dessa manifestação violenta estava além do material. Mesmo assim, me entupi de medicamentos antialérgicos a fim de suprimir os sintomas. Mudei de tintura, diminuí o consumo de alimentos alergênicos, parei de pintar minhas unhas. Mas eu sabia que nada disso teria resultado. Tenho uma formação dita “alternativa” em saúde que sempre me conduziu a outro raciocínio diagnóstico. Havia algo muito errado, eu sabia, e estava dentro do que se chama Shen, dentro do coração.

Acreditei ter relação com o rompimento arrastado de uma relação recente. Essa relação me trazia bastante alegria e contentamento. E quando acabou foi bem difícil para mim. Arrastei um outro basta por quase 12 anos, e cujo final foi uma longa agonia. Um arrastar de medos, raiva e vingança.

Eu sabia qual era o motivo dessa coceira. Era como se eu quisesse continuar sofrendo. Culpa, castigo, medo. E, de tanto suprimir os sintomas, a coceira, essa energia instalada na pele, se aprofundou para o pulmão. E lá me vejo, de novo, tentando justificar esse bicho que me queima nos brônquios e me rouba o ar. Poluição, alimentação inadequada, falta de exercícios. Não que tudo isso não tenha sua parcela de contribuição para o adoecer. Mas eu falava de tudo, mas não queria falar de minha raiva e da tristeza pelas duas situações de perda. Eu até admitia que essa tristeza e raiva vinham da minha impotência diante das duas situações. Relações mal começadas e mal acabadas.

E hoje me vejo, com muita clareza do que acontece, ainda impotente diante de meus sentimento. E uma gana intensa de chorar, vira e mexe, me atormenta. E fico imaginando que talvez esse choro me faça mais mal. Mas a vontade é grande. O desejo de transformar a situação também é.

Também tentei as práticas não convencionais para melhorar. Surtiram um certo efeito. Reflexologia, fitoterapia, acupuntura, homeopatia, ayurvédica. E até um tratamento com o povo azul. Relaxei na Meditação Transcendental que é uma prática fantástica de equilíbrio e que resulta em paz. Tenho consciência que não fiz todas essa práticas de acordo. Só brinquei com elas.

Tenho trabalhado com o poder de construir minha realidade.

Talvez tudo seja um gatilho para a real transformação.

Para finalmente escrever o que é preciso ser escrito.

Para voltar a sonhar e voltar a ser a mulher que sempre abalou as estruturas. Aquela que incomoda e provoca mudanças.

Talvez eu só queira chorar para enfim me desvencilhar dessas dores que muito me ensinaram. E que aprimoraram minha capacidade de crescer e mudar.

Add a comment fevereiro 11, 2013

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